11 de Abril de 2009

Hoje, estou como o tempo: nublada e a puxar para o cinzento (se é que é possível). Sinto falta do que não tenho e anseio aquilo que ainda não vivi. Por que é que o tempo se organiza segundo horas tão precisas e não podem elas antes correr aos tropeções para apressar a caminhada? Alguém de quem gosto muito responder-me-ia agora: "porque com pressa não se chega a lado nenhum". E teria razão. Mas, hoje tenho, definitivamente, pressa. E estou claramente agitada. E rabugenta. E irritada com a minha cabeça, que simplesmente não pára. Que nervos! Que coisa é esta que faz tanto barulho cá dentro? Estou como o tempo. Aquele que faz lá fora e o que observo da janela do meu quarto, de onde escrevo. Se estivesse no quintal estaria certamente bem mais calma. Se pudesse caminhar na minha praia deixaria de me sentir tão inquieta. Mas, não posso. O tempo está nublado e cinzento e, de quando em vez, caiem gotas gordas que me deixam sem vontade para sair. O tempo está assim e eu estou com ele, por solidariedade. Mas, amanhã quero estar diferente. E segunda, terça, quarta ou quinta quero ainda mais. Por isso, tempo, põe-te bom! Aviso-te já que detesto estar deprimida e torno-me uma pessoa insuportável neste estado. Não vais conseguir aturar-me... Vá, anima-me! Não quero perder tempo. Até porque, detesto as núvens que me circundam e me fazem derramar água que simplesmente não posso gastar. Para além de ser um bem essencial que deve ser preservado, é também aquele que me alimenta o corpo. Ora, queres melhores razões do que estas para te pores já bom e impedires este consumo estúpido? Não vais encontrar. Garanto-te.

 

 

 

publicado por Inês Alves às 16:26
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