08 de Abril de 2009

Quando há quem aos 98 anos aguente 48 horas debaixo dos escombros e se entretenha a fazer tricot, tudo pode verdadeiramente ser possível na vida. Esta notícia, de uma senhora italiana que, depois da derrocada a que foi sujeita devido ao sismo que atingiu a Itália há poucos dias, fez-me pensar na relatividade da vida e no quanto damos importância a coisas que não merecem a pena enquanto deixamos que outras realmente importantes nos passem ao lado. Nós, que olhamos o acontecimento de fora - com a distância física necessária ao alheamento - vemo-lo com graça e somos até capazes de rir porque, no fundo, tudo terminou bem. Na verdade, é um episódio inédito e, por isso, desperta a nossa curiosidade. Podemos pensar: como é possível que alguém faça tricot enquanto tudo desmorona à sua volta? Vamos desculpar-nos com a idade, dizer que provavelmente a senhora tão pouco teve noção do que se passou, rirmo-nos mais ainda (não por gozo, nada disso, mas com a ternura com que normalmente sorrimos aos mais velhos quando nos transmitem alguma mensagem que crêem certa) quando lembrarmos que apenas pediu umas bolachas de água e sal e um pente quando os bombeiros a resgataram. Mas, a verdade é que com a consciência que não temos e a reflexão profunda que, alheados do verdadeiro sentir, desconhecemos, vamos esquecer-nos do que a senhora que fazia tricot e quis apenas um pente e umas bolachas já viveu para poder suportar aquilo. O que ela já sentiu e foi capaz de ver. A vida que está dentro dela e que lhe possibilitou encarar - porque tudo é relativo quando não são os mesmos olhos a olhar a mesma coisa - aquele momento daquela maneira. E quando questionarmos a sua calma e tranquilidade, a sua postura perante os factos imutáveis, independentemente da sua vontade, vamos perceber que a vida é aquilo que pretendemos que ela seja (porque são nossas as opções) e as coisas têm o valor que lhes queiramos atribuir. A mim, esta mulher de 98 anos ensinou-me que o desespero é inútil porque aquilo que tiver de ser será sempre e mais vale encará-lo com tranquilidade do que morrer de desgosto antes de conhecer o desfecho.      

publicado por Inês Alves às 20:59

Aprendi... que ninguém é perfeito enquanto não te apaixonas.

 

Aprendi... que as oportunidades nunca se perdem. Aquelas que desperdiças, alguém as aproveita.

 

Aprendi... que não posso escolher como me sinto, mas posso sempre fazer alguma coisa.

 

Aprendi... que todos querem viver no cimo da montanha, mas a felicidade está precisamente na subida.

 

 

 

 

 

publicado por Inês Alves às 14:30
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